O bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo, virou rota alternativa e irregular para helicópteros que sobrevoam São Paulo. Sem respeitar as Rotas Especiais de Helicópteros (REH) estabelecidas pela Aeronáutica, as aeronaves que deveriam circular por cima das Marginais do Pinheiros e do Tietê acabam cortando caminho pelo bairro e causam incômodo na vizinhança.
O problema rendeu até uma campanha por parte da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), que pede para os comandantes evitarem sobrevoar a região. Assim como os aviões, que voam por aerovias conforme autorização dos controladores de tráfego aéreo, os helicópteros também precisam seguir rotas preestabelecidas. Na cidade de São Paulo, em geral, sobrevoam os rios, grandes avenidas (como a avenida Paulista e a Morumbi, por exemplo), rodovias, linhas férreas e parques.
No entanto, quem decide por onde seguir é o piloto do helicóptero, que na maior parte da cidade não precisa de autorização para ir de um heliponto para outro. A exceção são imediações de aeroportos, nas chamadas Áreas de Controle: a uma distância de 10 a 12 km antes da cabeceira da pista do aeroporto de Congonhas, por exemplo, helicóptero só voa sob comando da Torre do aeroporto.
Segundo o presidente da Abraphe, o comandante Rodrigo Duarte, existia uma via de helicópteros em cima da Lapa até 2004. Com as reclamações e o crescimento do bairro, que se verticalizou, a rota foi extinta. “O que aconteceu é que alguns pilotos continuaram a usar essa rota de forma irregular e aleatória. Daí lançamos a campanha. Os próprios pilotos acabam se policiando”, diz Duarte.
Punição. O Serviço Regional de Proteção ao Voo (SRPV) afirma que, fora da Área de Controle, as Rotas Especiais de Helicóptero (REH) devem ser usadas “preferencialmente. “Ou seja, caso o voo não seja em uma REH, mas esteja cumprindo todas as regras previstas, como altitude, não é considerado uma infração, e não é passível de punição.”
Fonte: O Estado de S. Paulo