O Hospital Sorocabana, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, que está desativado desde 2010, vai reabrir suas portas e voltar a funcionar até o fim deste ano, de acordo com promessa da Secretaria de Saúde. O local, que fechou após passar por uma crise financeira, irá ganhar entre 220 e 240 leitos públicos.
“Nós passaremos a ter, entre 6 e 8 meses, leitos na região da Lapa”, disse o secretário municipal de saúde José de Filippi Júnior. “A Lapa hoje não tem nenhum leito público. O cidadão, principalmente os conselheiros e os gestores da região Centro-Oeste reclamam disso e com razão”, ressalta o secretário sobre a deficiência de vagas para internação do Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
Depois de assumir a unidade, o governo do estado concedeu, no ano passado, o uso do espaço e administração do hospital no bairro da Lapa por 20 anos para a Prefeitura de São Paulo. Atualmente, funcionam no térreo e subsolo do prédio dois equipamentos municipais: uma AMA 24 horas e um Ambulatório de Especialidades.
Outros cinco andares, que estão fechados, serão reformados para abrigar os leitos para internação e um centro cirúrgico. “O estado vai destinar R$ 6 milhões para a reforma de dois pavimentos e o município está destinando R$ 10 milhões para reformar os cinco andares do hospital. Nós faremos um conjunto de obras de intervenção de obras de ampliação no mesmo momento”, disse Filippi Jr.
Existe um estudo da prefeitura para transformar a AMA 24 horas em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) já que os moradores reclamam da falta de um pronto-socorro. As UPAs são estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as portas de urgência hospitalares.
Leitos
Metade dos leitos será destinada ao Hospital das Clínicas, que irá assumir a reforma de dois andares. O prédio do Sorocabana que foi alvo de desentendimentos na gestão anterior entre os governos estadual e municipal após uma disputa de leitos entre a Prefeitura e Incor (da Faculdade de Medicina da USP), vai receber pacientes do Hospital Auxiliar de Cotoxó, que passará por uma reforma. O Cotoxó é conhecido como retaguarda de pacientes do HC e do Incor.
“Metade dos leitos será ocupado pelo governo do estado, pelo período provisório de 2 anos. Depois desse período, os leitos devem voltar para a administração municipal”, afirmou o secretário.
O presidente da Associação dos Moradores da Lapa de Baixo, Hotelo de Andrade, reclama da falta de leitos públicos e de um hospital porta-aberta na região. “Agora mudou o prefeito e querem usar o hospital para pacientes terminais do Hospital das Clínicas e não para atender os moradores”, lamenta.
No entanto, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, após reuniões mensais realizadas com o secretário estadual de saúde Giovanni Guido Cerri, foi definido que parte dos leitos serão destinados aos moradores da Lapa.
Fonte: G1